domingo, 11 de novembro de 2012

José Manuel Moran: vídeos são instrumentos de comunicação e de produção


                                                   http://portaldoprofessor.mec.gov.br:8080/discovirtual/jornaldoprofessor/midias/ft/md/ft_8611451012217662464.jpgEntrevista publicada no Portal do Professor do MEC em 06.03.2009
Doutor em Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP), José Manuel Moran é assessor da Faculdade Sumaré, em São Paulo e professor aposentado da USP.
Nascido na Espanha e naturalizado brasileiro, Moran é um estudioso das formas de integração entre as tecnologias de comunicação, especialmente a internet, na educação presencial e a distância, dentro de uma visão humanista e inovadora.
Tem vários artigos e livros publicados sobre comunicação pessoal, educação e tecnologias, onde procura integrar a visão humanista com a inovação tecnológica. Como ver televisão (1991) e Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica (2000) são algumas de suas obras.
Nas décadas de 70 e 80 participou do Projeto Leitura Crítica da Comunicação, da União Cristã Brasileira de Comunicação Social (UCBC), que orientava pais e professores não só a analisar os meios de comunicação, principalmente a televisão e o jornal, como também a integrá-los como tecnologias e mídias na educação.
Jornal do Professor - De que maneira os vídeos podem facilitar o processo de ensino e aprendizagem?
José Manuel Moran - As linguagens da TV e do vídeo respondem à sensibilidade dos jovens e da grande maioria da população adulta. São dinâmicas, dirigem-se antes à afetividade do que à razão. As crianças e os jovens lêem o que pode visualizar, precisam ver para compreender. Toda a sua fala é mais sensorial-visual do que racional e abstrata. Lêem nas diversas telas que utilizam: da TV, do DVD, do celular, do computador, dos games.
Os vídeos facilitam a motivação, o interesse por assuntos novos. Os vídeos são dinâmicos, contam histórias, mostram e impactam. Facilitam o caminho para níveis de compreensão mais complexos, mais abstratos, com menos apoio sensorial como os textos filosóficos, os textos reflexivos.
Os vídeos também são um grande instrumento de comunicação e de produção. Os alunos podem criar facilmente vídeos a partir do celular, do computador, das câmaras digitais e divulgá-los imediatamente em blogs, páginas web, portais de vídeos como o YouTube.
Os computadores e celulares deixaram de ser apenas ferramentas de recepção. Hoje, são também de produção. Uma criança pode tirar fotos ou fazer vídeos com um celular e publicá-los na internet. Professores e alunos podem ter acesso a inúmeros vídeos prontos e assisti-los no momento ou salvá-los para exibição posterior. Ao mesmo tempo, todos podem editar, produzir e divulgar novos conteúdos a partir do computador ou do celular. Entramos numa nova era da mobilidade e da integração das tecnologias, como nunca antes foi possível.
JP - Como os vídeos podem ser utilizados em sala de aula?
JMM - Os vídeos podem ser utilizados em todas as etapas do processo de ensino e aprendizagem. Os principais usos são:
Para motivar, sensibilizar os alunos – É, do meu ponto de vista, o uso mais importante na escola. Um bom vídeo é interessantíssimo para introduzir um novo assunto, para despertar a curiosidade, a motivação para novos temas. Isso facilitará o desejo de pesquisa nos alunos para aprofundar o assunto do vídeo e da matéria.
Para ilustrar, contar, mostrar, tornar próximos temas complicados – O vídeo pode ajudar a tornar mais próximo um assunto difícil, a ilustrar um tema abstrato, a visibilizar cenários de lugares, eventos, distantes do cotidiano. Hoje, é muito mais fácil do que antes encontrar e visualizar vídeos sobre qualquer assunto importante na internet, em portais como o YouTube, por exemplo.
Como vídeo-aulas – Alguns vídeos trazem assuntos já preparados para os alunos, já estão organizados como conteúdos didáticos. Utilizam técnicas interessantes de manter o interesse, como dramatizações, depoimentos, cenas de filmes, jogos, tempo para atividades. Podem ser adequados para que o professor não tenha que explicar determinados assuntos. O professor age a partir do vídeo, com questionamentos, problematização, discussão, elaboração de síntese, formas de aplicação no dia-a-dia. Esses vídeos podem ser disponibilizados no portal da escola e os alunos podem acessá-los fora da sala de aula também.
Vídeo como produção individual ou coletiva – As crianças adoram fazer vídeo e a escola precisa incentivar o máximo possível a produção de pesquisas em vídeo pelos alunos. A produção em vídeo tem uma dimensão moderna, lúdica. Moderna, como um meio contemporâneo, novo e que integra linguagens. Lúdica, pela miniaturização das câmaras, que permite brincar com a realidade, levá-las junto para qualquer lugar. Filmar é uma das experiências mais envolventes tanto para as crianças como para os adultos. Os alunos podem ser incentivados a produzir dentro de uma determinada matéria, ou dentro de um trabalho interdisciplinar. E também produzir programas informativos, feitos por eles mesmos e colocá-los em lugares visíveis dentro da escola e em horários onde muitas crianças possam assisti-los e também na página web da escola ou em blogs ou portais da internet.
O vídeo também é importante para documentação, registro de eventos, de aulas, de estudo do meio, de experiências, de entrevistas, depoimentos. Isto facilita o trabalho do professor, dos alunos e da comunidade. Esse material pode ser divulgado, quando conveniente, na internet.
O vídeo também pode ser útil para avaliação, principalmente as que mostram situações complexas, estudos de caso, projetos, sozinho ou com textos relacionados.
JP - Que tipo de atividade deve ser evitada quando se está trabalhando com vídeos nas escolas? Que tipo de atividade é mais adequada?
JMM - Algumas formas inadequadas de utilização do vídeo:
Vídeo-tapa buraco: colocar vídeo quando há um problema inesperado, como ausência do professor. Usar este expediente eventualmente pode ser útil, mas se for feito com frequência, desvaloriza o uso do vídeo e o associa - na cabeça do aluno - a não ter aula.
Vídeo-enrolação: exibir um vídeo sem muita ligação com a matéria. O aluno percebe que o vídeo é usado como forma de camuflar a aula. Pode concordar na hora, mas percebe o mau uso.
Vídeo-deslumbramento: O professor que acaba de descobrir a facilidades de baixar vídeos da Internet costuma empolgar-se e exibi-los em todas as aulas, esquecendo outras dinâmicas mais pertinentes. O uso exagerado do vídeo diminui a sua eficácia e empobrece as aulas.
Vídeo-perfeição: Existem professores que questionam todos os vídeos possíveis porque possuem erros de informação ou estéticos (qualidade). Os vídeos que apresentam conceitos problemáticos podem ser usados para uma análise mais aprofundada a partir da sua descoberta, problematizando-os.
Só exibição: não é satisfatório, didaticamente, exibir os vídeos sem discuti-los, sem integrá-lo com os assuntos das aulas, sem rever alguns momentos mais importantes.
Algumas atividades mais adequadas são: introduzir um assunto, complementar informações; provocar discussões, trabalhos de grupo para discussão, debates; levantamento de sugestões do grupo, estudo dirigido para verificação da compreensão e da habilidade de transferir conhecimentos recebidos para novas situações (projetos); alunos protagonistas, fazendo trabalhos em vídeo, apresentando-os para a classe e divulgando-os na página web da escola.
JP - Quais os benefícios que a produção de vídeos pode trazer para os alunos?
JMM – Maior interesse dos alunos (linguagem familiar); aulas mais atraentes, pois os vídeos estimulam a participação e as discussões; alunos desenvolvem mais a criatividade, sua comunicação audiovisual e a interação com outros colegas e outras escolas; melhor fixação dos assuntos principais pelos alunos (visão mais concreta sobre eles), já que os vídeos trazem a realidade para a sala de aula e para a aprendizagem significativa; complementação das discussões do material impresso.
Mas nem tudo são benefícios. Os professores, apesar de reconhecer muitas vantagens no uso do vídeo, utilizam-no realmente pouco. A maior parte só trabalha com o vídeo na sala de aula esporadicamente, não habitualmente. Há dificuldades materiais, e principalmente, dificuldades em ter o material adequado para o programa da matéria. A maior parte dos professores não conhece os vídeos que existem na sua área, quais são bons e, os poucos que eles conhecem, nem sempre estão disponíveis, por razões econômicas. Percebe-se, ainda, uma grande desinformação no uso do vídeo, não só tecnicamente, mas principalmente didaticamente.
JP - Quais dicas o senhor daria para professores que nunca trabalharam com produção de vídeos antes? O que deve ser observado mais atentamente pelos professores?
JMM - Que observem e aprendam com seus alunos. Os mais novos têm uma facilidade no manuseio de muitas telas (da TV, do celular, do computador, dos videojogos, das câmaras digitais). É importante aprender com eles e, ao mesmo tempo, fazer algum curso que inclua aspectos técnicos e pedagógicos. Um dos esquemas básicos de organização da produção de um vídeo um pouco mais complexo, costuma ter os seguintes passos:
Idéia: a idéia ou o tema principal que move a produção de um vídeo; Elaboração do roteiro: momento em que a idéia toma forma propriamente dita. Nesta etapa definem-se os personagens, os estilos de filmagem, e o que se pretende, de fato, passar para o público com a obra;
Plano de filmagem: nesta parte acontece a elaboração de uma planilha, onde são especificados todos os locais de filmagem, bem como suas datas, horários, diálogos, personagens, figurino, cenário, tempo de cada cena, etc.
Captura das imagens: filmagem propriamente dita;
Decupagem das imagens: nesta etapa, os alunos assistem ao material gravado, selecionando o que é útil para a finalização da obra;
Pré-edição: as imagens são transferidas para o computador e ordenadas em pastas e sub-pastas;
Edição: montagem das imagens no computador, aplicação de efeitos, inserção de trilha sonora, de legendas ou frases de texto etc;
Finalização: gravação em mídia DVD, disponibilização em um portal da escola ou em um portal de vídeos.
JP - É necessário ter uma ilha de edição de imagens? Quais os equipamentos necessários para produzir um vídeo simples?
JMM - Para começar não é necessário um equipamento sofisticado. Há programas de edição de imagens, alguns mais simples e baratos e outros mais sofisticados e caros. O mais simples vem com o Windows XP ou Vista: é o movie maker. Permite alterar o filme da forma que cada um quiser, com um clique na opção linha do tempo. Hoje, algumas câmaras digitais já permitem fazer edição de fotos ou vídeos nelas mesmas.
Tendo idéias e motivação facilmente se encontram as soluções técnicas mais adequadas para cada situação. O professor pode pedir aos alunos que encontrem as melhores soluções técnicas de edição.
Com as tecnologias digitais móveis, o avanço na conexão em redes, a WEB 2.0 com tantos recursos gratuitos colaborativos, há inúmeras soluções simples de acessar vídeos, de produzir vídeos, de editar vídeos e de publicar vídeos.
(Renata Chamarelli e Fátima Schenini)

O USO DO CELULAR COMO RECURSO PEDAGÓGICO NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA


Regina Cláudia Pinheiro (UECE)
rclaudiap@yahoo.com.br
Marcia Linhares Rodrigues (FA7)
marcialinharesrodrigues@gmail.com
RESUMO
A tecnologia, difundida no ensino, e a inclusão de recursos tecnológicos, em mui-
tas escolas, já são uma realidade. Porém, há quem discorde do uso, por exemplo, de
celulares como recurso pedagógico. Este trabalho, fundamentado, principalmente, em
Machado, Lousada e Abreu-Tardelli (2004), Araújo; Arruda (2007), Viana; Bertocchi
(2009) e Dieb; Avelino (2009), objetiva perceber o poder de síntese por parte dos alu-
nos ao produzir um resumo e enviá-lo através do site de uma operadora de telefone
móvel, utilizando apenas 121 caracteres. A metodologia utilizada para coleta de dados
foi uma pesquisa-ação, na qual o professor orientou os discentes do 8o ano do ensino
fundamental de uma escola particular em Fortaleza – CE para que lessem um peque-
no conto e, utilizando a linguagem internetês, enviassem, através de torpedo, o resumo
da história para o celular de um colega de sala e do professor. Os resultados indica-
ram que os alunos conseguiram resumir e enviar o texto, fazendo com que seu interlo-
cutor compreendesse a narrativa, bem como se mostraram motivados para o estudo,
utilizando, como ferramenta, o aparelho celular. Assim podemos concluir que o celu-
lar é um instrumento pedagógico poderoso, pois concentra várias mídias, contribuin-
do para o desenvolvimento de competência comunicativa dos alunos.
Palavras-chave: Celular. Redação. Resumo. Edição. Internetês.
1.
Fundamentação teórica
1.1. Uso pedagógico do celular
Desde seu surgimento, em 1973, o celular vem se aperfeiçoando e
atraindo, cada vez mais, a atenção das pessoas. Essa atração deve-se,
principalmente, à mobilidade e às diversas possibilidades que ele retém,
tais como ouvir rádio ou mp3, assistir à TV, tirar fotos, fazer filmes, gra-
Revista Philologus, Ano 18, N° 52. Rio de Janeiro: CiFEFiL, jan./abr.2012
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Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Linguísticos
var voz, jogar videogame, mandar e receber e-mails ou arquivos, acessar
a Internet etc. (ANTONIO, 2010).
Apesar de todas essas facilidades e do apego que, principalmente,
os jovens têm a ele, muitas instituições escolares ainda o abominam e o
proíbem em suas aulas. No entanto, Segundo Bock (2010, s/p.), “conde-
nado pelos incômodos gerados no ambiente escolar, o telefone celular es-
tá prestes a se transformar em um aliado no processo de aprendizagem,
segundo um estudo de um grupo de pesquisadores internacionais”. Este
estudo, que identifica tecnologias que podem ter forte impacto na educa-
ção nos próximos anos, menciona atividades que podem ser realizadas
com o celular em sala de aula. Dentre elas, citam-se:
ü gravar trechos de explicações do professor;
ü compartilhar com a turma, por meio de redes sociais e blogs,
  dados de saídas a campo;
ü usar calculadora;
ü utilizar a agenda para as tarefas;
ü enviar mensagens de atividades para os colegas.
Atentos a essas atividades cotidianas dos alunos com o uso do ce-
lular, os docentes devem, ao invés de abominá-los, enfrentar o desafio de
ensinar com o aparelho proibido para atrair a atenção de seus alunos e
tornar o ensino mais lúdico, pois conforme Monteiro e Teixeira,
o que se pode dizer é que o celular vem dialogando com as culturas as quais
possivelmente já estão presentes nas salas de aula e/ou no espaço escolar com
uma disposição que pode possibilitar emergir novas culturas e novas práticas
pedagógicas. (MONTEIRO; TEIXEIRA, 2007, p. 3)
Considerando essas possibilidades e a atração que ele causa, deci-
dimos usá-lo como ferramenta pedagógica para atrair os alunos na tarefa
de ler e escrever e planejamos uma aula em que os alunos possam fazer
uso dessa tecnologia. Esse momento didático consta de leitura e produ-
ção escrita no qual os alunos devem ler um conto, resumi-lo e enviar para
o celular de um colega e do professor.
A seguir, veremos algumas considerações sobre a atividade de re-
sumir textos escolares.
Revista Philologus, Ano 18, N° 52. Rio de Janeiro: CiFEFiL, jan./abr.2012
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Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Linguísticos
1.2. O resumo escolar
O resumo tem sido uma atividade exigida pelos professores desde
muito tempo com o objetivo de averiguar diversas habilidades, dentre e-
las a compreensão de textos que os alunos leram. No entanto, se até
mesmo os alunos de graduação e pós-graduação demonstram dificulda-
des em produzir resumos (MACHADO; LOUSADA; ABREU-
TARDELLI, 2004), o que pensar dos discentes do ensino básico que têm
poucas orientações sobre a escrita do gênero. Assim, mesmo quando eles
leem e entendem o texto original, têm dificuldades de escrever resumos
porque este gênero demanda habilidades que vão além da compreensão
do texto original. Nesse sentido, Machado, Lousada e Abreu-Tardelli
(2004, p. 13) apontam, como uma das causas dessas dificuldades “a falta
do ensino sistemático desses gêneros que seja orientado por um material
didático adequado. Frequentemente, os alunos são cobrados por aquilo
nunca lhes é ensinado, tendo de aprender por conta própria”.
Leite (2006, p. 11) conceitua o resumo como o ato de “sumarizar
a informação” e afirma que ele é “a comprovação de que houve, efetiva-
mente, compreensão da informação a que o sujeito foi exposto”. A autora
ainda afirma que o produtor do resumo recorre a dois tipos de estratégias
para sumarizar a informação. A primeira, que é a seleção dos conteúdos,
consiste em reter as informações mais importantes, tal como se encon-
tram no texto, e eliminar aqueles trechos que não prejudicam a informa-
ção fundamental. Já na construção, o leitor reconstrói o texto por meio de
generalização ou substituição das informações.
Para suprir as dificuldades citadas acima, Machado, Lousada e
Abreu-Tardelli (2004, p. 13) apontam alguns elementos como indispen-
sáveis no gênero resumo escolar/acadêmico. Assim, inicialmente, é cita-
da a compreensão global do texto original como uma importante caracte-
rística do resumo. Para esse entendimento se concretizar, é importante
que o leitor tenha algum conhecimento sobre o autor, como sua posição
ideológica e seu posicionamento teórico. Além do mais, saber detectar as
ideias mais relevantes para o autor pode contribuir para a produção de
um bom resumo. No entanto, as ideias mais importantes podem se dife-
renciar de leitor para leitor dependendo de seu objetivo.



Um guia sobre o uso de tecnologias em sala de aula


              Terça-feira, 24 de janeiro de 2012


Um painel para todas as disciplinas mostra quando - e como - as novas ferramentas são imprescindíveis para a turma avançar.

Amanda Polato
Recursos didáticos.Como usar a tecnologia na sala de aula.
TICs, tecnologias da informação e comunicação. Cada vez mais, parece impossível imaginar a vida sem essas letrinhas. Entre os professores, a disseminação de computadores, internet, celulares, câmeras digitais, e-mails, mensagens instantâneas, banda larga e uma infinidade de engenhocas da modernidade provoca reações variadas. Qual destes sentimentos mais combina com o seu: expectativa pela chegada de novos recursos? Empolgação com as possibilidades que se abrem? Temor de que eles tomem seu lugar? Desconfiança quanto ao potencial prometido? Ou, quem sabe, uma sensação de impotência por não saber utilizá-los ou por conhecê-los menos do que os próprios alunos?

Se você se identificou com mais de uma alternativa, não se preocupe. Por ser relativamente nova, a relação entre a tecnologia e a escola ainda é bastante confusa e conflituosa. Queremos ajudar a pôr ordem na bagunça buscando respostas a duas questões cruciais. A primeira delas: quando usar a tecnologia em sala de aula? A segunda: como utilizar esses novos recursos?

Dá para responder à pergunta inicial estabelecendo, de cara, um critério: só vale levar a tecnologia para a classe se ela estiver a serviço dos conteúdos. Isso exclui, por exemplo, as apresentações em Power Point que apenas tornam as aulas mais divertidas (ou não!), os jogos de computador que só entretêm as crianças ou aqueles vídeos que simplesmente cobrem buracos de um planejamento malfeito. "Do ponto de vista do aprendizado, essas ferramentas devem colaborar para trabalhar conteúdos que muitas vezes nem poderiam ser ensinados sem elas", afirma Regina Scarpa, coordenadora pedagógica.

Da soma entre tecnologia e conteúdos, nascem oportunidades de ensino - essa união caracteriza as ilustrações desta reportagem. Mas é preciso avaliar se as oportunidades são significativas. Isso acontece, por exemplo, quando as TICs cooperam para enfrentar desafios atuais, como encontrar informações na internet e se localizar em um mapa virtual. "A tecnologia tem um papel importante no desenvolvimento de habilidades para atuar no mundo de hoje", afirma Marcia Padilha Lotito, coordenadora da área de inovação educativa da Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI). Em outros casos, porém, ela é dispensável. Não faz sentido, por exemplo, ver o crescimento de uma semente numa animação se podemos ter a experiência real.

As dúvidas sobre o melhor jeito de usar as tecnologias são respondidas nas próximas páginas. Existem recomendações gerais para utilizar os recursos em sala (veja os quadros com dicas ao longo da reportagem). Mas os resultados são melhores quando é considerada a didática específica de cada área. Com o auxílio de 17 especialistas, construímos um painel com todas as disciplinas do Ensino Fundamental. Juntos, teoria, cinco casos reais e oito planos de aula (três na revista e cinco no site) ajudam a mostrar quando - e como - computadores, internet, celulares e companhia são fundamentais para aprender mais e melhor.

Nove dicas para usar bem a tecnologia

O INÍCIO  Se você quer utilizar a tecnologia em sala, comece investigando o potencial das ferramentas digitais. Uma boa estratégia é apoiar-se nas experiências bem-sucedidas de colegas.

O CURRÍCULO  No planejamento anual, avalie quais conteúdos são mais bem abordados com a tecnologia e quais novas aprendizagens, necessárias ao mundo de hoje, podem ser inseridas.

O FUNDAMENTAL  Familiarize-se com o básico do computador e da internet. Conhecer processadores de texto, correio eletrônico e mecanismo de busca faz parte do cardápio mínimo.

O ESPECÍFICO  Antes de iniciar a atividade em sala, certifique-se de que você compreende as funções elementares dos aparelhos e aplicativos que pretende usar na aula.

A AMPLIAÇÃO  Para avançar no uso pedagógico das TICs, cursos como os oferecidos pelo Proinfo (programa de inclusão digital do MEC) são boas opções.

O AUTODIDATISMO  A internet também ajuda na aquisição de conhecimentos técnicos. Procure os tutoriais, textos que explicam passo a passo o funcionamento de programas e recursos.

A RESPONSABILIDADE
  Ajude a turma a refletir sobre o conteúdo de blogs e fotologs. Debata qual o nível de exposição adequado, lembrando que cada um é responsável por aquilo que publica.

A SEGURANÇA  Discutir precauções no uso da internet é essencial, sobretudo na comunicação online. Leve para a classe textos que orientem a turma para uma navegação segura.

A PARCERIA  Em caso de dúvidas sobre a tecnologia, vale recorrer aos próprios alunos. A parceria não é sinal de fraqueza: dominando o saber em sua área, você seguirá respeitado pela turma.

Fontes: Adriano Canabarro Teixeira, especialista de Educação e tecnologia da UFRGS, Maria de Los Dolores Jimenez Peña, professora de Novas Tecnologias Aplicadas à Educação Da Universidade Mackenzie, e Roberta Bento, diretora da Planeta Educação.

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Celular e sala de aula, combinam?


Sexta-feira, 15 de abril de 2011

       Ontem no Jornal do Almoço da RBS, assisti à entrevista realizada com alguns pais e professores sobre o uso do telefone celular na escola.  Após me perguntar sobre o assunto, sobre o meu ponto de vista, decidi que ao meu ver, e considerando as vantagens e desvantagens do uso deste objeto, a minha  opinião é de que o celular deve sim ser utilizado por jovens em ambientes escolares, mas de forma consciente. 
                    Penso que é preciso que o aluno aprenda a respeitar os limites e a ter consciência de seus atos. A vida fora da escola ou de casa  não tem limites. Portanto, acredito que é dentro da escola que o aluno deve, por exemplo, entender porque deve deixar o celular desligado em horário de aula, dentro da sala de aula, saber qual a utilidade do celular em sua vida. A maioria dos jovens utiliza o celular apenas para lazer, limitando o uso  em joguinhos, troca de mensagens com amigos e agora, com a internet móvel, nas redes socias. A lei estadual proíbe o uso de celular na escola, e deixa a critério dos educadores as decisões a serem tomadas , caso haja casos de uso em sala de aula. Mas eu pergunto, não seria melhor apostar em palestras e mobilizações para conscientizarem os jovens da real utilidade do celular? Ensiná-los a partir desta questão, a repensarem suas atitudes? Eis a questão, as tecnologias estão aí e não podem ser simplesmente ignoradas.. 

Vantagens e Desvantagens do uso das novas tecnologias na educação

           Quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011



               Estamos vivendo na era das tecnologias, a era da informação rápida. Sendo assim, nós, educadores, precisamos entrar em um consenso sobre a importância da utilização das tecnologias na educação.

              Apesar da tecnologia estar presente em muitos setores da sociedade e quase todos os grupos sociais ter contato com as novas tecnologias da informação, ainda há alguns profissionais que não conseguem ver quais são as vantagens de se utilizar estas tecnologias na educação,  apesar de muitas vezes também não conseguirem descrever as desvantagens.

             Portanto vamos refletir um pouco sobre este tema: Quais são as vantagens e as desvantagens da utilização das tecnologias na educação?

sábado, 10 de novembro de 2012

Uso de celular em sala de aula - PROIBIÇÃO (Lembrete)








Uso de celular em sala de aula - PROIBIÇÃO (Lembrete)
Qua, 16 de Maio de 2012 14:13
Prezados Pais/Responsáveis,
A Direção de Ensino do Colégio Militar de Campo Grande relembra que é terminantemente proibida a utilização de telefone celular pelos alunos durante as aulas.
Os alunos que porventura forem encontrados manuseando o aparelho celular em sala de aula, estarão descumprindo as determinações expressas da Direção de Ensino e estarão sujeitos às sanções disciplinares previstas no Manual do Aluno. Tais sanções serão consideradas graves.
Portanto, solicitamos aos Srs Pais/Responsáveis que conversem com seus dependentes a fim de conscientizá-los sobre o cumprimento dessa medida, evitando que os mesmos sejam prejudicados disciplinarmente.
Última atualização em Qui, 17 de Maio de 2012 11:23

ÉTICA DO USO DO CELULAR-Fabrício Carpinejar


Arte de Max Ernest

Deveria existir uma ética do celular. Uma legislação, com infrações e risco de perda total da linha.

Habilitar não somente o aparelho, mas também o usuário.

Seria criada uma brigada de amarelinhos para multar os descomportados. Seria preparada uma autoescola em cada telefônica, com direito a reciclagem.

O motorista de celular sem nenhum ponto na carteira ao longo de um ano ganharia um I-Phone. Nada contra o uso do celular, sou um adepto fervoroso, mas não custa prevenir exageros.

Há absurdos e mais absurdos acontecendo a toda hora:

- Gente que atende celular no cinema ou em sala de aula, para cochichar a quem liga que não pode atender.

- Gente que aproveita a sinaleira para mandar torpedos. Como se houvesse tempo.

- Gente que fala com rádio alto. Parece que nunca brincou de Walkie Talkie.

- Gente que acredita que o celular é uma máquina fotográfica. E que terá a foto de sua vida no próximo instante.

- Gente que decide discutir o relacionamento ao celular no meio de um trem lotado. E afasta o aparelho do ouvido na hora em que sua mulher está gritando.

- Gente que senta para comer e conversa de boca cheia ao telefone tentando fingir que não está almoçando sozinho.

- Gente que deixa o celular tocando na bolsa. Como se a bolsa fosse um silenciador.

- Gente que liga para dizer que agora não dá mais para falar e desliga na nossa cara. Se não dava para falar, por que telefonou?

- Gente que confunde o celular com terapia e fala sem parar. A chamada caiu e ele nem percebeu.

- Gente que aproveita a promoção de 200 minutos grátis e quer realmente usar cada centavo com você.

- Gente que anda com três celulares, simplesmente pelo pavor de um dia não ser encontrado.

- Gente que acha engraçado exibir músicas de sua preferência pelo ringtone. E põe hino do Inter ou do Grêmio ou Michel Teló. Não é engraçado, é somente irritante.

- Gente que acredita que o celular está estragado quando ninguém telefona no intervalo de quinze minutos.

- Gente que manda torpedo de madrugada pensando que não está sendo invasivo. É igual a um telefonema.

- Gente que despreza qualquer lugar ou restaurante ou hotel que não tem sinal.

Ou você se liga ou está desligado


21/03/2012


É um problema muito sério o uso de celular pelos alunos durante as aulas. Algumas pessoas podem achar que é exagero meu falar que é algo MUITO SÉRIO. Mas não é. Só quem vive essa situação no dia-a-dia pode fazer ideia do quanto atrapalha. A cada ano esta má utilização cresce assustadoramente, causando prejuízos, tanto para os alunos quanto para os professores.


O celular é um meio de comunicação, porém a todo momento são lançados produtos com as mais diversas utilidades. As inovações tecnológicas atraem um enorme grupo de consumidores, principalmente o da nova geração. Até aí, tudo bem. O grande problema é a maneira como o alunado utiliza tais recursos em hora e local inadequados.
Este é um tema que apresenta várias abordagens. Uma delas seria um tema que até já me referi neste post: o aumento do consumismo por determinadas classes sociais. E como impulso para tal atividade temos as nossas mídias a favor de propagandas desenfreadas. E o que seriam das mídias sem estas tais propagandas?
Uma outra abordagem está relacionada à falta de consciência e a imaturidade dos alunos em usar o celular em horário de aula, atrapalhando o andamento da mesma. Eles tiram fotos para postar nas inúmeras redes sociais (Orkut, Twitter, Facebook,MySpace, Sonico, Ning, Badoo, e todas outras que você imaginar), recebem e enviam SMS, acesam a internet, jogam, etc. Isso tudo gera falta de atenção dos alunos, atividades desenvolvidas sem interesse (ou até não desenvolvidas), conversas paralelas, barulho, desconcentração do professor, conteúdos mal relacionados. Enfim, uso do celular em sala de aula só causa problemas numa instituição de ensino.
Outra abordagem é a competição para ver quem tem o melhor celular, com mais recursos, o da moda, o "da vez", etc. E também tornou-se um objeto discriminatório ("Eu tenho e você não").
PARCERIAS seriam bem vindas entre direção, funcionários e professores do colégio, que, juntamente com os pais, buscariam uma solução que seja viável para diminuir bastante o uso do celular dentro da escola por estes alunos que ainda não aprenderam a utilizá-lo de maneira adequada.